Num mundo de competição e individualismo, a diferença é motivo de discriminação e dominação. Num mundo de solidariedade, a diferença é motivo de enriquecimento e complementação.
O caminho é distante? Quando sabemos a direção, basta caminhar. Neste Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, não vamos perder a oportunidade de dar mais um passo.
Apesar das muitas repressões ao povo negro e da imensa capacidade
dos seres humanos de reinventar formas variadas de escravidão, mais de três
séculos depois o Brasil continua cheio de quilombos. E comemora este 20 de
novembro de como o Dia Nacional da União e Consciência Negra.
Zumbi, líder
negro do Quilombo dos Palmares, assassinado no dia 20 de novembro de 1695, teve
a cabeça exposta em um poste, numa praça de Recife, para que ninguém mais
ousasse liderar um quilombo ou pretendesse ajudar os escravos a serem livres.
Ao invés de pôr fim às lutas pela liberdade, a morte de Zumbi, ao contrário,
suscitou da parte de muitos escravos a consciência de que não poderiam deixar
que a morte desse grande líder fosse inútil.
A memória
do seu martírio tornou-se incentivo para que negros, índios e brancos se
unissem em torno de um projeto de igualdade humana e de um Estado cujas raças e
etnias pudessem ser cidadãs de pleno direito. Até hoje essa democracia racial
plena não é um direito adquirido.
Fonte: Marcelo Barros
monge beneditino e escritor, Recife, PE.Públicado no jornal mundo jovem