Uma antiga reivindicação dos professores da rede estadual de ensino
será atendida a partir de 2016. As escolas voltarão a ter eleições para
diretores e diretores-adjuntos. O sistema de escolha por meio do voto
direto havia sido suspenso em 2004. Desde então, segundo a Secretaria
estadual de Educação, os titulares das unidades passaram a ser
escolhidos após um processo seletivo: o melhor colocado era nomeado para
o cargo.
— O diretor tem que ser aquela pessoa que, de fato,
representa a comunidade escolar, até para que alunos, pais e professores
se reconheçam nele e trabalhem conjuntamente — afirmou Izabel Cristina
Costa, diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais do Sindicato
Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), que comemorou a notícia.
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Atualmente,
quando abre uma vaga de direção numa colégio, os candidatos ao cargo se
inscrevem e são submetidos a um processo seletivo, que inclui análise
de currículo, prova, entrevista e treinamento. O que obtém a melhor
pontuação garante a vaga. Com as novas regras, o candidato continua
tendo que ser aprovado no processo de seleção, mas o melhor colocado não
será nomeado imediatamente. Os aprovados se tornarão candidatos e terão
que passar pelo crivo das urnas.
— Nos últimos anos, fizemos o
processo seletivo dentro de um programa de meritocracia e de
profissionalização da gestão escolar. Essa política continuará. Agora,
os candidatos precisarão entender que há um planejamento estratégico a
ser seguido, mas que é muito importante a participação da comunidade
escolar. Fui diretor de escola eleito e reconheço a importância de tal
processo — afirmou o secretário de Educação, Antonio Neto.
Para ser candidato ao cargo, o professor não poderá estar em estágio probatório.
Regras estão sendo decididas
As
eleições começarão em fevereiro, mas os diretores que hoje estão à
frente das unidades estaduais não serão exonerados para que ocorram as
votações. Segundo a secretaria, as eleições se darão em processo
gradual. A cada vez que a direção de uma escola ficar vaga, haverá uma
eleição para que aquele lugar seja preenchido.
Nem todas as regras
do processo eleitoral estão estabelecidas. A secretaria estuda um
sistema de pontuação. Não foi acertado, por exemplo, se pessoas que já
passaram por cargos de chefia terão pontuação extra na disputa. Também
não está fechado o número de candidatos a serem submetidos às urnas. Não
se sabe se serão os cinco, os três ou os dois mais bem colocados.
Outros
pontos a serem debatidos são o tempo de duração de cada mandato e se os
votos de professores, pais e alunos terão pesos diferentes. Casos
excepcionais, em que a comunidade escolar for contrária à eleição, serão
analisados.
Hoje, a gratificação para diretor vai de R$ 2 mil a
R$ 4.500, de acordo com o tamanho da escola, o número de alunos e o
segmento da unidade. O diretor-adjunto tem um acréscimo de mil reais a
R$ 3 mil.
‘Queremos discutir
os critérios eleitorais’
—
A volta das eleições para diretores das escolas é uma briga muito
antiga da categoria. Desde o fim das eleições, tivemos uma série de
problemas, como a falta de diálogo entre diretores, professores e
alunos. Mas queremos discutir os critérios eleitorais com a secretaria
para evitar novos problemas. Não concordamos, por exemplo, que um
docente de uma escola se candidate a diretor de outra. O candidato tem
que ter um tempo mínimo na unidade —, diz Izabel Cristina Costa,
diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais do Sepe.
Fonte: Jornal extra ( extra.globo.com)
Por: Pâmela Oliveira
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