Mergulhador toca acidentalmente o coral de fogo
(Millepora alcicornis). Crédito:
Johnatas Alves
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Você já reparou em
quantas vezes toca o recife durante um mergulho? E em quantos desses toques é
em algum organismo frágil, como corais, esponjas e gorgônias?
Para responder essas
questões, pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz e da Macquarie
University (Austrália) observaram o comportamento de 142 mergulhadores SCUBA no
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Essa informação é importante para
verificar os possíveis impactos do mergulho recreativo e subsidiar medidas de
gestão a fim de reduzi-los, como a determinação da capacidade de suporte e
zoneamento do uso. No estudo foram realizadas comparações entre três tipos de
recife: franja, chapeirão e recife artificial. Também foram comparadas as
características do mergulhador como gênero, experiência, uso de câmeras e side
mount que é um colete com a unidade de flutuação nas costas e que foi
modificado para receber os cilindros na lateral do corpo. Os resultados
revelaram que a cada mergulho, o mergulhador toca em média nove vezes os
animais do recife e dessas, uma causa algum dano físico aos organismos que
vivem associados ao fundo como os corais, esponjas e gorgônias. A grande
maioria dos contatos foi acidental, através das nadadeiras e no início do
mergulho, fase em que os mergulhadores estão ajustando o equipamento e a
flutuabilidade. O local que recebeu a maior média de contatos foi o recife
artificial e os mergulhadores que mais tocaram os organismos foram os fotógrafos
especialistas e usuários de side mount. Diferente do que se esperava, os
mergulhadores mais experientes não causaram menos contatos que os novatos.
O estudo sugere
medidas para a redução do número de contatos, como a inclusão de aspectos
ecológicos e fragilidade dos corais no briefing pré-mergulho com o objetivo de
sensibilizar os mergulhadores a não tocar no recife, iniciar o mergulho em
locais com baixa abundância de corais e incentivar os condutores de mergulho a
interferirem e auxiliarem quando algum mergulhador tocar o recife. Desta maneira, espera-se melhorar a qualidade
do uso público das Unidades de Conservação, garantindo a saúde do recife e a
continuidade do mergulho num local bem conservado e repleto de vida.
Mergulhador visita o naufrágio Rosalinda.
Crédito: Áthila Bertoncini
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Coral cérebro (Mussismilia braziliensis). Crédito: Áthila Bertoncini
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Referência:
Giglio VJ, Luiz OJ, Schiavetti A. (2015)
Recreational Diver Behavior and Contacts with Benthic Organisms in the Abrolhos
National Marine Park, Brazil. Environmental
Management.
O artigo pode ser
baixado gratuitamente através do link: http://acropora.bio.mq.edu.au/wp-content/uploads/2015/11/Giglio-2015-Recreational-Diver-Behavior-and-Contacts-with-Benthic-Organisms-in-the-Abrolhos-National-Marine-Park-Brazil.pdf
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