A pesca de arrasto para captura de camarão é a principal atividade econômica da Reserva Extrativista (RESEX) do Cassurubá, localizada no extremo sul da Bahia. O camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) representa 99% da produção. A pescaria segue a legislação nacional e também é regulamentada por acordo de pesca local, que permite somente o arrasto simples. A captura dentro do estuário é proibida, respeitando o período de defeso que vai do dia 1 de abril a 15 de maio e de 15 de setembro a 31 de outubro. A pesca na região depende das condições climáticas, abundância e preço das espécies capturadas, sendo uma pescarias exclusivamente artesanal e multi-especifica. Um estudo desenvolvido por Daniel Fadigas Viana da Universidade de Califórnia e colaboradores teve como objetivo caracterizar os aspectos do manejo e do retorno econômico da pesca de arrasto no município de Caravelas, um dos municípios que compõem a Resex, a partir da análise dos dados de desembarque. Foram avaliadas as consequências econômicas do manejo e possíveis soluções para as ineficiências.
Entre outubro de 2010 e novembro de
2011 foram monitorados 7.541 desembarques nos portos de Caravelas e Ponta de
Areia, com registro da produção: espécies, quantidade e destino da produção. No
município de Caravelas foram registradas, nos três pontos de desembarque (Porto
de Caravelas, Barra de Caravelas e Ponta de Areis) 170 embarcações
equipadas para a captura de camarão, sendo essas motorizadas, de pequeno porte
(5 a 9 m) e utilizavam arrasto simples. O camarão sete-barbas representou mais
de 50% do total da massa de pescado desembarcada em Barra de Caravelas e Ponta
de Areia (analisados durante os 14 meses de estudo). A maioria das embarcações
estavam adaptadas para diferentes tipos de pescarias, alterando o seu alvo de
captura conforme a disponibilidade dos estoques e preço do pescado, visando a
melhor opção de ganho imediato. Foi constatado um
aumento no número de embarcações que atuaram na pesca de arrasto no período
subsequente à época de defeso, gerando um aumento na captura total do camarão.
Como consequência da grande oferta, o preço pago pelo camarão para os
pescadores sofreu uma queda de 35% comparada ao período anterior ao defeso,
gerando uma ineficiência econômica para a comunidade. Verificou-se o aumento da
Captura Por Unidade de Esforço (CPUE) no período subsequente à época de defeso,
assim como um custo menor para captura do camarão, o que incentivou a pesca,
apesar do preço reduzido. Uma das possíveis soluções para a ineficiência
podem vir por meio do manejo pesqueiro, controlando o esforço e a captura,
especialmente no período subsequente ao defeso. E outra maneira seria investir
e melhorar o processamento do pescado, agregando valor ao produto e
possibilitando a venda direta para consumidores.
Para saber mais informações sobre os
resultados obtidos no estudo clique
aqui.
Muito Boa a matéria sou de piranbu se é essa é minha área essa é lei da oferta e da procura agui nos passamos pelo mesmo problema não é tão grave porgue fica perto da capital.abraço
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