Depois de ampliar o número de ocupantes nos prédios do Incra em Salvador,
Bom Jesus da Lapa e Itabuna, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) retoma a agenda de ocupações no interior da Bahia. Nesta
segunda-feira (13), cerca de 1,4 mil trabalhadores rurais ocuparam a
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf), em Juazeiro, Bom Jesus da Lapa, Barreiras e a fábrica de
celulose da Suzano, em Mucuri – o que resultou na paralisação das
atividades nestes locais. Para o deputado federal Valmir Assunção, “as
ocupações são direitos dos trabalhadores rurais como forma de protesto
contra o governo golpista de Michel Temer”. Valmir diz que “os sem-terra
estão seguindo um cronograma nacional, além de pedirem o retorno da
presidente afastada Dilma Rousseff, também denunciam problemas
socioambientais provocados pelo uso de agrotóxicos”.
“Queremos que a Dilma retorne ao seu cargo. Ela foi eleita pelo povo nas
urnas e foi golpeada por corruptos. Tem de nos devolver o Ministério do
Desenvolvimento Agrário [MDA], não adianta só investir no agronegócio e
na geração de trabalho escravo. Precisamos seguir os avanços na reforma
agrária popular e dar mais condições para os assentados produzirem
alimentos sem agrotóxicos. Repudiamos o modelo de desenvolvimento do
agronegócio, não contribui com o desenvolvimento social, cultural,
ambiental e a empresa só explora as terras, retirando as riquezas para
exportar”, declara o dirigente nacional do MST, Evanildo Costa.
De acordo com a direção do MST, a fábrica Suzano tem atuado para ampliar
a produção de eucalipto transgênico e, para isso, vem utilizado
agrotóxicos e aumentado os problemas socioambientais. “Empurram com a
barriga há décadas essa questão dos impactos ambientais. E essa
protelação acabou por atingir as poucas áreas de cultivo das famílias do
campo, que estão sendo afetadas pelo uso desses produtos químicos,
inclusive com a contaminação de solo, das águas e até mesmo do ar. Temos
de criar condições para manter o trabalhador no campo, em seu local de
origem e não criar condições para ampliar o êxodo rural”, completa
Costa. (Da redação TN)
Barracas de acampar foram montadas próximo à entrada da fábrica da Suzano |
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