quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cícero Dantas II – Professores pedem ao governador que cumpra acordo com a categoria que continua em greve

O governador disse que o aumento de 22,22% é ireal e se pagar esse valor vai onerar os cofres do estado em R$ 500 milhões e o governo não só tem os professores para pagar.



Um grupo de professores vestidos de preto e padronizado com a frase “A Educação está de Luto”, chegou cedo ao Alto do Goveião, local onde estava sendo aguardado o governador Jaques Wagner (PT), para o ato de inauguração da primeira etapa do Projeto “Água do Sertão”, na manhã do último sábado (05), na cidade de Cícero Dantas. Eles portavam faixas reivindicando o reajuste de 22,22% e usavam ‘nariz de palhaço e apito, em sinal de protesto e para chamar a atenção do chefe do executivo baiano e do grande público presente.Nem mesmo a chuva fina intimidou o grupo, que realizou uma passeata do centro da cidade ao local do evento, cerca de 01 km.  

   Na medida que o locutor anunciava os nomes da lideranças presentes ao ato, a vaia soava, principalmente quando mencionados os nomes dos deputados que eles (professores) em coro os chamavam de traidores. Os educadores não pouparam nem mesmo os que não tiveram participação, mas o fato de pertencerem a partidos que dão sustentação ao governo na câmara federal também receberam vaias, foi o caso dos deputados federal Mário Negromonte e Luiz Argôlo.
Ao subir ao palanque, o governador Wagner também foi recebido pelos manifestantes com vaias e passou a ler todas a faixas, mas o barulho dos manifestantes chegou a tirar a concentração dos oradores, de forma que o locutor  muito educadamente pediu que abaixassem as faixas pois no ambiente existia outras pessoas acompanhando os discursos. Os professores não abaixaram, se deslocaram para a direita do palanque e mantiveram as faixas que pediam para que o governo cumprisse o acordo com a classe do reajuste dos 22,22% para todos.
A reação maior foi quando o presidente da Assembléia Marcelo Nilo (PDT), disse que o governador era um homem democrático e republicano ao permitir aquela manifestação, pois em governos passados a polícia já havia sido chamada para reprimir e retirar os manifestantes daquele local. Mas reconheceu o direito de todos em se manifestarem.   
O deputado federal e ex-ministro das cidades, Mario Negromonte disse que a coberta do governo do estado é curta e tem que recorrer ao governo federal, pois, fica mais fácil de atender as reivindicações da comunidade.
O clima ficou tenso quando Wagner começou a falar e os manifestantes começaram a chamar de “traira” e “traidor”. O chefe do executivo baiano reagiu dizendo que não foge dos problemas, pois havia pedido para ser governador e que a incompreensão na democracia é normal, porém, para dialogar, os professores tinham que parar para ouvir. Esta reação foi em virtude dos apitos e das palavras de ordem ditas por alguns manifestantes, que chegaram a cantar: “ você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão…”
Segundo o governador, raiva passa e ao longo do tempo que vem administrado a Bahia, cerca de cinco anos e cinco meses, já concedeu 70% de aumento e descontando a inflação caiu para 30 a 40 % de ganho. “O piso salarial na Bahia é de R$ 1.651, bem maior que o nacional, que é R$ 1.451. O aumento foi de 4,66% e 6,5% aprovado recentemente e que irá entrar no contracheque futuramente e estamos entre os sete maiores salários do país”, falou o governador.
“Esse percentutal sugerido é irreal, o estado não tem dinheiro para pagar um reajuste de 22,22% e não posso pagar esse valor porque não tenho somente professor, se eu pagar acima do que foi aprovado não posso mais construir hospitais, adutoras e pagar outras classes”. falou Wagner, arrancando aplausos do público que foi ao ato com o objetivo de prestigiar a inauguração da primeira etapa do projeto Água do Sertão e vaia do grupo de professores.
O governador baiano que teve sua origem política no movimento sindical disse que estava acostumado a negociar lembrou que fez parte do movimento e culpou o sindicato da classe em fechar o dialogo e repetiu que não tinha orçamento para conceder o aumento reivindicado e o reajuste sugerido iria onerar o estado em R$ 500 milhões.
Professores não se convenceram – Mesmo depois da justificativa do governador os professores mantiveram o protesto, e perguntavam pelo repasse de FUNDEB que segundo eles foi liberado para ser pago neste percentual cobrado que foi um levantamento feito pelo MEC e não entendem porque o governador fala que não tem condições.

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