terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Inema faz comunicado descartando a possibilidade da lama atingir o Extremo Sul da Bahia, mas pescadores continuam preocupados

Em comunicado enviado nesta terça-feira (24), o governo da Bahia está descartando a possibilidade da lama de rejeitos da barragem de Mariana chegar às praias da Bahia. O comunicado vem em resposta à notícia dada por sites e redes sociais de que a lama já estava em Alcobaça.

A verdade é que a lama já percorreu 700 km e ninguém sabe direito os venenos que ela contém e que destruíram mais de 40 cidades no caminho até o mar. Principalmente as comunidades de pescadores e pescadoras artesanais da região estão apreensivas, pois mesmo que a lama não chegue diretamente, indiretamente ela pode causar redução dos estoques pesqueiros e impedir o extrativismo e o sustento de várias famílias por muitos anos. A ministra do Meio Ambiente Isabela Teixeira disse vai demorar 30 anos para colocar tudo no lugar, mas alguns pesquisadores dizem que pode afetar o bioma como um todo por mais de 100 anos.

O coordenador de monitoramento do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), Eduardo Topázio, diz no comunicado que: "A distância entre o estuário (ambiente aquático onde acontece a mistura entre o rio e o mar) do Rio Doce e estes outros locais é enorme, demoraria muito a chegar aqui, levando em consideração a dinâmica do mar.

A avaliação de Topázio é que é extremamente remota a possibilidade da lama chegar ao litoral sul da Bahia, principalmente nas praias de Itacaré, Alcobaça, Caravelas e Abrolhos. "Devem ser consideradas todas as condições climáticas da região, no deslocamento da lama. A tendência das correntes, nesta época do ano, é ir para o sul, e a Bahia está ao norte da foz do Rio Doce", explicou.

Na segunda feira aconteceu em Caravelas uma reunião do Conselho Consultivo do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos onde o ICMBio atualizou os presentes sobre o encontro da lama com o mar na foz do rio Doce, informando que as previsōes e os estudos recentes de órgãos e universidades que monitoram a tragédia apontam para um cenário de não incidência nas ilhas e na área do Parque. A estimativa é de que a lama possa alcançar ao máximo 11 milhas da costa, o que dá aproximadamente 20 km. O PARNAM está a mais de 200 km de distância. Nem com o pior cenário de previsão de ventos e marés, Abrolhos seria atingida, segundo o ICMBio.

As informações divulgadas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) do Espírito Santo, que tem realizado sobrevoos na área, eram de que a lama já tinha adentrado cerca de 30 km para o Norte do mar do Espírito Santo, na tarde desta terça-feira (24). Ao leste, mar adentro, a extensão era de 20 km e para o Sul outros 5 km.

Rodrigo Júdice, secretário de Meio Ambiente do IEMA, alertou que o deslocamento da lama vai variar de acordo com o comportamento das ondas e da direção do vento. Segundo o IEMA, a situação era diferente pela manhã: 15 km ao Norte, 5 km a leste e 7 km ao Sul. "Tudo pode mudar com a mudança dos ventos”.

Mas o secretário garantiu que a lama não vai avançar muito pelo mar a ponto de atingir outros estados ou a capital do Espírito Santo.

"A possibilidade de a lama chegar a Abrolhos e aos manguezais de Vitória é muito irrisória. O importante é o acompanhamento, é o monitoramento do deslocamento, para a gente saber exatamente o impacto dela nas áreas de preservação próximas ao estuário e à foz do Doce", disse o secretário.

Um navio da Marinha está sendo enviado às praias de Linhares, hoje (25), para tentar conter os estragos causados pelos rejeitos de mineração da barragem da Samarco e apoiar as ações locais.

Vamos acompanhando!

FONTE: Com informações da Redação iBahia, do G1 e do ICMBio Caravelas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário